Câncer no Estômago

O estômago é um órgão vital para digestão dos alimentos. Ele é responsável por dar sequência ao processo após a formação do bolo alimentar, alimento mastigado e misturado à saliva, passar pelo esôfago. O estômago comanda o sistema digestivo, entre o esôfago e o intestino.

O câncer é uma anomalia nas células, que se proliferam e migram para a corrente sanguínea, podendo expandir para outros órgãos – processo que chamamos de metástase.

“O câncer no estômago é o quinto tumor mais frequente no mundo. No Brasil, é o terceiro entre homens e o quinto entre mulheres”, ressalta o Dr. Guilherme H. Abrahão, médico gastroenterologista do Instituto Gastrovale.

Causas e fatores de risco

Além de dietas gordurosas, alimentos industrializados, excesso de sal e ausência de vegetais, as causas do tumor são multifatoriais.

Idade

Mais comum entre pessoas de 60 a 70 anos, embora tenha avançado entre os jovens.

Infecção por bactéria “helicobacter pylori”

Relacionada socialmente à falta de saneamento básico e, individualmente, à falta de higiene.

Lesões pré-cancerosas

Como gastrite e metaplasia intestinal.

Histórico familiar

Parentes de primeiro grau com câncer sinalizam uma predisposição ao tumor.

Alimentação

Dieta rica em conservantes e carnes processadas, como nitrato, presentes em alimentos industrializados.

Em resumo, uma dieta desequilibrada e uma má qualidade de vida – como sedentarismo, tabagismo e obesidade – são os principais fatores de risco para doença.

Sintomas

Na fase inicial, o tumor, por ser ainda pequeno, não demonstra sintomas. Numa fase mais avançada, os sintomas se manifestam causando obstrução das vias biliares, náusea, vômitos, anemia, desconforto abdominal, perda de apetite e emagrecimento.

Não há sintomas típicos de câncer no estômago, exceto o fato de ser persistente, tanto no tumor benigno – como úlcera e gastrite – quanto no tumor maligno.

Sangramentos no estômago são incomuns, mas o vômito com sangue aparece entre 10% a 15% dos casos. O sangue pode surgir também nas fezes, causando dores intensas.

Em estágio mais avançado, notamos um aumento no tamanho do fígado, presença de íngua no pescoço e nódulos ao redor do umbigo.

Qual médico procurar

Para o câncer no estômago, diferente do câncer de mama ou próstata, não há um exame de diagnóstico precoce.

Sintomas que persistem por duas semanas, porém, é imprescindível procurar um médico. Nas mãos de um gastroenterologista, o diagnóstico precoce aumenta, ostensivamente, a possibilidade de cura.

Diagnóstico

Numa primeira consulta, o gastroenterologista ouvirá o histórico de saúde do paciente para, depois, realizar o exame físico (palpação), para verificar as condições do abdômen. Em seguida, será solicitado um exame de endoscopia.

Se o resultado revelar uma lesão, o exame seguinte é a biópsia (retirada de micro fragmentos do tecido). O material é analisado por um laboratório para, então, definir o diagnóstico.

Caso o diagnóstico seja confirmado, a etapa seguinte prevê uma tomografia computadorizada para avaliar a extensão do tumor.

Formas de tratamento

A partir do resultado dos exames, o médico definirá as estratégias terapêuticas para o caso. A cirurgia para retirada total do estômago (gastrectomia) é a principal delas.

“O tratamento depende do estágio de evolução da doença, mesmo na  fase inicial, a cirurgia já se impõe como padrão. Por isso a importância de procurar um gastroenterologista periodicamente ou ao surgimento dos primeiros sintomas.”, completa o Dr. Guilherme H. Abrahão.

Quimioterapia, radioterapia e endoscopia, podem compor um plano de tratamento. A tendência é que tudo esteja associado, cada qual no seu objetivo. A cirurgia age localmente, mas não combate células circulantes – função da quimioterapia.

Micro tratamento

Tumor localizado pequeno

A cirurgia retira a lesão e soluciona o problema. Isso representa 15% dos casos. Em outro caso, é necessário a radioterapia após a cirurgia. E também há casos onde o tumor invade a artéria aorta e a cirurgia pode não ser possível.

Tumor localizado maior

Aqui, a cirurgia de retirada total ou parcial do tumor, é sucedida de tratamento quimioterápico. Contexto que representa 70% dos casos.

Tumor inoperável

Na impossibilidade de uma intervenção cirúrgica, a solução é o tratamento paliativo, procedimento para aliviar ou evitar os sintomas.

Tumor inoperável com metástase

Casos onde o tumor se expande para outros órgãos, como peritônio (membrana que reveste o interior do abdômen), fígado, pulmão, ossos, gânglios linfáticos, cérebro e ovário (nas mulheres). Contexto que representa 30% dos casos.

Linfoma gástrico

Tratamento que inclui diversas alternativas como “H. pylori”, cirurgia, radioterapia, quimioterapia, uso de anticorpos contra linfócitos B, entre outros.

GIST

Tratamentos que podem incluir cirurgia e uso de medicamentos via oral.

Novos tratamentos

Nos últimos anos, novas terapias têm sido desenvolvidas como a terapia alvo e a imunoterapia, fármacos que identificam e atacam células cancerígenas e ajudam o sistema de defesa do corpo.

Estudos que acompanham pacientes que utilizam as novas terapias, classificam seus resultados como promissores, seguros e eficazes.

(fontes: Instituto Nacional do Câncer INCA – Ministério da Saúde / Medscape / Dr. Drauzio Varella (UOL) / HCor – Associação Beneficente Síria / Instituto Vencer o Câncer / VivaBem (Uol) / Pfizer Brasil)