Olá!
Este é o manual com instruções aos nossos pacientes que se submeterão ou que já se submeteram a um tratamento cirúrgico.
Como nos importamos muito com o sucesso no tratamento de cada um de nossos pacientes, desenvolvemos este conteúdo, que com certeza, orientará e ajudará a passar por essa importante etapa da sua vida.
Todos sabemos que para se obter os melhores resultados, em qualquer tipo de tratamento, deve-se trabalhar sempre em equipe, e isto, também inclui você – o paciente!
O manual traz diversas informações sobre cuidados a serem tomados tanto durante o período que precede a cirurgia, tanto quanto para o período após esse procedimento.
Ressaltamos que não existe nenhuma conduta absoluta para cada caso ou para determinado paciente em específico. Por tanto, essas são apenas informações gerais, podendo haver alterações a qualquer momento, a depender da evolução de cada paciente perante seu acometimento.
Vamos lá?
Cada cirurgia, é uma cirurgia!
Embora não existam casos e cirurgias exatamente iguais, existe uma série de condutas e medidas comportamentais, que se adotados por esses pacientes que submeterão à um procedimento cirúrgico, favorecem a recuperação e diminuem os riscos de toda e qualquer intervenção.
PRÉ – OPERATÓRIO
1- Uso de medicações:
AAS – interromper o uso 7-10 dias antes do procedimento.
Anticoagulantes – interromper o uso 7-10 dias antes do procedimento.
Anti- Hipertensivos – devem ser continuados até a manhã da cirurgia.
Antiarrítmicos – geralmente continuados até a manhã da cirurgia.
TRH – hormônios devem ser suspensos até 1 mês antes do procedimento.
Hipoglicêmicos – geralmente mantidos até a manhã da cirurgia ou trocado pelo uso de insulina no momento da internação.
Corticóides – geralmente trocados por apresentação endovenosa na internação.
Hôrmonios tireoidianos – devem ser continuados até a manhã da cirurgia.
Sedativos – podem ser mantidos, sendo úteis em situações indicadas.
Antipsicóticos – devem ser continuados até a manhã da cirurgia.
Antidepressivos – podem ser continuados até a manhã da cirurgia.
Fitoterápicos: interromper o uso 7-10 dias antes do procedimento.
Lembre-se de sempre informar ao seu médico o uso de toda e qualquer substância durante o período que precede sua cirurgia!
2- Uso de tabaco e bebidas alcoólicas:
Cesse imediatamente o uso de tabaco e bebidas alcoólicas de qualquer tipo!
A descompensação pulmonar é a principal causa de morbidade no período pós operatório.
3- Uso de drogas e outros:
Cesse imediatamente o uso de qualquer substância e avise seu médico sobre o problema. A imensa maioria dessas substâncias geram dano direto e indireto aos pacientes, principalmente em período pré-operatório e pós operatório.
4- Perca Peso:
Além de todos os benefícios à sua própria saúde, o excesso de gordura visceral dificulta o procedimento cirúrgico e aumenta o tempo anestésico, consequentemente aumentando o risco operatório global.
No caso de pacientes que se submeterão à cirurgia bariátrica, nossa equipe aconselha a perda de no mínimo 10% do peso atual.
5- Tricotomia:
Não raspe ou depile os pelos do corpo antes da cirurgia. Essa prática favorece a colonização e infecção do sítio cirúrgico.
6- Alimentação:
Evite ao máximo a ingesta de alimentos pesados e de difícil digestão, como: os ricos em gordura, carne vermelha, frituras e condimentados.
Procure alimentos ricos em proteínas magras em dietas mais brandas.
7- Adereços:
No dia que precede a cirurgia, retire todas as estruturas que apresentem metais em sua composição, assim como: brincos, pulseiras, correntes, ”piercings,” etc. Esses adereços podem conduzir a corrente elétrica utilizada durante a cirurgia e ocasionar extensas e graves queimaduras.
8- Não esqueça de levar:
Não se esqueça de levar no dia da internação: documento com foto, documento do convênio (se tiver), TODOS os exames solicitados, pertences de higiene pessoal e apenas poucas peças de roupa.
9- Não levar:
Não é permitido a entrada no Hospital com qualquer tipo de alimento.
Não leve roupas ou outros objetos em excesso.
Procure não expor objetos de valor durante o período de internação.
10- Preparo Psicológico:
Procure manter pensamentos tranquilos e otimistas. Acerque-se de pessoas queridas neste período. Você será cuidado em um ambiente com toda infraestrutura necessária e por uma equipe de médicos altamente especializada.
PÓS – OPERATÓRIO
1. Alimentação:
Os alimentos que poderão ser ingeridos no pós operatório estarão sempre relacionados com o tipo de procedimento realizado e doença de base. Questione a respeito do seu caso em exclusivo, mas, de uma forma geral, evitar alimentos com alto teor de gordura, frituras, condimentados, gaseificados, os que contenham álcool, sementes e ou cascas. Avaliação nutricional nesse momento é fundamental!
2. Higiene:
Todos os pacientes deverão manter todos os hábitos normais de higiene diários. A depender de cada caso, é de bom tom ajuda de um cuidador para os hábitos que demandem maior mobilização.
3. Cuidados com ferida operatória:
Todos os pacientes deverão manter cuidados básicos com qualquer e todo tipo de ferida operatória. Deverão ser higienizadas no mínimo 3 (três) vezes ao dia, podendo variar, com intenção de mantê-las sempre limpas e secas. Água corrente, sabão, sabonete anti-séptico, soro fisiológico são os suprimentos mais aconselháveis para a realização de tais procedimentos.
4. Retirada de pontos:
Cada procedimento cirúrgico é exclusivo – dessa forma cada caso terá características peculiares a cada caso. Para a síntese cutânea (pontos na pele), isso não é diferente! Geralmente, para a pele, usa-se fio de Nylon, inabsorvível, qual necessita a retirada por profissional adequado após correta cicatrização. Dentre os fios absorvíveis, o Monocril destaca-se entre os mais usados, fio qual não implica em sua retirada, uma vez que é absorvido pelo próprio organismo alguns dias após.
5. Drenos:
Muitas vezes há a necessidade de drenar o sítio cirúrgico. Algumas vezes o dreno deverá permanecer por um tempo mais prolongado, além da alta hospitalar. Não tenha medo, o dreno é um verdadeiro amigo do paciente! Tem a função de acusar qualquer adversidade no local operado. Alguns cuidados com a boa manutenção desses drenos, como: não tracionar, higienizar diariamente,
mensurar débito e aspecto são muitas vezes essenciais para o sucesso do tratamento.
6. Cinta abdominal:
Em procedimentos quais há a necessidade de abertura mais extensa da parede abdominal, recomendamos o uso da cinta abdominal no período pós operatório. Esta contenção mecânica muitas vezes previne complicações do sítio cirúrgico como a deiscência da sutura (abertura dos pontos), predisposição de hérnia incisional, até evisceração de órgãos.
7. Atividades Físicas:
Embora atualmente façamos a maioria de nossos procedimentos por acesso minimamente invasivo, aconselhamos o afastamento do paciente de atividades físicas por um determinado período de tempo, levando-se em consideração o tipo de acesso empregado e a doença de base. Nos procedimentos menores e menos invasivos, aconselhamos em torno de 30 dias; já nos maiores e mais invasivos, em torno de 90 dias de afastamento das atividades físicas mais extenuantes minimiza possíveis complicações inerentes a esta prática.
8. Atividade Sexual:
Do ponto de vista mecânico, segue a mesma linha de uma atividade física. Por tanto, deve-se evitar maiores esforços que possam causar maior pressão ou impacto ao sítio operado. Para procedimentos maiores e mais invasivos, aconselha-se em torno de 30 dias de abstinência da prática sexual.
9. Sinais de alerta:
Todo e qualquer procedimento cirúrgico não é isento de riscos de complicações. Atentar-se ao aparecimento desses sinais e sintomas pode evitar o agravamento do quadro. Ao apresentar: dor contínua e progressiva, febre (temperatura igual ou maior que 37.8 graus, vômitos incoercíveis, sangramento ativo, procure imediatamente o pronto atendimento do hospital onde foi realizada a cirurgia para avaliação detalhada do agravo.
10. Atestado Médico:
O afastamento do paciente de suas atividades laborais dependerão principalmente da doença de base, tipo de procedimento realizado, tempo de recuperação estimado e atividade de trabalho desenvolvida. É direito do paciente e dever do médico assistente, sempre respeitando premissas éticas, a adequada conduta perante cada situação em exclusivo.